Não sei se foi quando eu aprendi a dirigir, quando dormi pela primeira vez na casa do namorado, quando comecei a trabalhar voluntariamente ou a junção de tudo isso e muito mais que me empurrou da fase de adolescente para uma mais perto de uma adulta.
Podem colocar a culpa na minha crise dos vinte anos (falta menos de um mês agora) ou dizer que é mais uma viagem minha, mas hoje me dei conta de muito do que aconteceu nesses quase três anos de faculdade.
O primeiro fato? Ter começado a cursar Farmácia nunca foi um erro, não foi um atraso na minha vida. Foi um pequeno desvio que tomei para conhecer muito sobre a saúde, pessoas maravilhosas e, principalmente, uma parte de mim que eu desconhecia. Se eu não estivesse na Farmácia, talvez eu nunca tivesse conhecido o Patas Dadas e, com isso, provavelmente não teria a oportunidade de me engajar na proteção de animais abandonados e, se eu não tivesse feito isso, é provável de que nunca tivesse percebido que o meu caminho seguia para a Veterinária. Mais ainda, eu aprendi a meter a mão na massa no canil, a aceitar as adversidades e dar o máximo de mim para aqueles cães que estariam perdidos sem os voluntários.
Agora a Veterinária, ah a Veterinária! Eu nunca imaginei a sensação maravilhosa de entrar em contato com os animais do campo, de alimentar vacas e cavalos, de ter um cordeirinho mamando no meu dedo... são tantas experiências novas, tantos prazeres simples que eu desconhecia e tanto trabalho árduo pela frente.
Hoje, depois de tantos solavancos e tombos nesses semestres de faculdade, ganhei meu primeiro salário. É o primeira vez que tenho alguns (não muitos, mas especiais) reais pra chamar realmente de meus. Percebendo que isso foi fruto de muito esforço, e não de mesada de papai e mamãe (os cupcakes não contam pois eram eles que compravam os ingredientes), vi a evolução que eu tive nesse tempo todo.
A garotinha está crescendo a cada dia, a cada experiência e a cada conquista. Agora ela não vai parar nem voltar atrás até virar uma mulher.